Poetas Abolicionistas em Palmares

O poeta Caphedório de Carvalho utiliza o repertório de eufemismos e hipérboles comuns à poesia sobre o tema escravidão. No poema acima, exalta o povo do Ceará pelo feito da Abolição. A província do Ceará foi a primeira a libertar os escravos


O poeta Joaquim Augusto de Almeida, conforme costume da época, optava por assinar seus poemas com pseudônimo. Meladie (invertido fica almeida) ironiza a mentalidade dos "crânios" de conservadores e escravocratas, na Palmares de 1884.

Os jornais Echo de Palmares (1883/1884) e Gazeta de Palmares (1884) revelam a presença de poetas abolicionistas em Palmares. Presença comum em muitos lugares do Brasil, os poetas do movimento condoreiro eram influenciados por Castro Alves, Tobias Barreto, Pedro Calazans e José Bonifácio, o Moço. Poetas de renome, inspirados pela poesia social do francês Vitor Hugo.

O movimento condoreiro teve seus representantes locais, em torno do Club Literário de Palmares, do Club Emancipador 28 de Setembro e de um Clube Abolicionista de Palmares. Aparecem seus versos, na edição especial do Echo de Palmares de 25 de março de 1884. Edição em homenagem à Libertação dos Escarvos no Ceará, a primeira província a abolir o trabalho escravo no Brasil.

Os poetas abolicionistas de Palmares se encontram, nesta edição do Echo, para decantar em prosa e verso o feito dos abolicionistas cearenses. Versos escritos pelo comerciante de tecidos Antonio Caphedório de Carvalho e pelo tenente Joaquim Augusto de Almeida, poetas que podem ser apontados como os precursores da poesia publicada em Palmares.

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