O bispo Dom Acácio discursando, em 1967, durante visita do Presidente da República Costa e Silva. Enquanto falava, recebia o olhar vigilante do Governador "biônico" Nilo Coelho, afinal, ali discursava um jovem e combativo discípulo de Dom Helder, certamente apresentando os problemas de Palmares e da região canavieira de Pernambuco. Problemas que passavam pelo direito à vida, ao trabalho e à liberdade. Abaixo, a nota de pesar da CNBB, registrando breve biográfia de Dom Acácio: " Causou-nos profunda dor e tristeza a morte de Dom Acácio Rodrigues Alves, bispo emérito de Palmares, no Estado de Pernambuco, ocorrida nesta terça-feira, 24 de agosto. A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil-CNBB vem, pois, manifestar sua solidariedade aos diocesanos de Palmares que, por 38 anos, tiveram Dom Acácio como seu pastor. Nascido em Garanhuns, no Pernambuco, Dom Acácio tinha 85 anos. Com apenas 13 anos de padre e 37 de idade foi nomeado bispo de Palmares, prova dos extraordinários d
O poeta Caphedório de Carvalho utiliza o repertório de eufemismos e hipérboles comuns à poesia sobre o tema escravidão. No poema acima, exalta o povo do Ceará pelo feito da Abolição. A província do Ceará foi a primeira a libertar os escravos O poeta Joaquim Augusto de Almeida, conforme costume da época, optava por assinar seus poemas com pseudônimo. Meladie (invertido fica almeida) ironiza a mentalidade dos "crânios" de conservadores e escravocratas, na Palmares de 1884. Os jornais Echo de Palmares (1883/1884) e Gazeta de Palmares (1884) revelam a presença de poetas abolicionistas em Palmares. Presença comum em muitos lugares do Brasil, os poetas do movimento condoreiro eram influenciados por Castro Alves, Tobias Barreto, Pedro Calazans e José Bonifácio, o Moço. Poetas de renome, inspirados pela poesia social do francês Vitor Hugo. O movimento condoreiro teve seus representantes locais, em torno do Club Literário de Palmares, do Club Emancipador 28 de Setembro e de um Cl
Imaginem uma cidade inteiramente ilhada pelas revoltas águas de um rio enorme, que tem a força de demolir edifícios e derrubar árvores. Assim estava Palmares. Nos altos, uma multidão de homens e mulheres que se agasalham nos matagais molhados, nos campos frígidos; trapos por toda a parte, a esmo; três a quatro jangadas que promovem a salvação do povo. E as águas com força, fortemente a subir. Pela tarde, quando o sol ia se afastando dos montes, bem poderia um freugmático dizer: é uma cidade que se afoga. Baixaram as águas morosamente. Depois de alguns dias de espera lembrei-me do expediente de Noé quando soltou a pombinha querendo certificar-se se havia terminado o cataclismo das águas. Mas faltava-me tudo. Eu não estava numa arca, não havia engaiolado um casal de todos os animais que povoam a terra. Ainda mais, eu não era Noé, eu não era o meu avô. Fui, pois, eu mesmo, buscar o ramo de oliveira. Andei por toda a cidade, percorrendo todas as ruas, ainda enlameada, admirei-me da ruína e
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