O bispo Dom Acácio discursando, em 1967, durante visita do Presidente da República Costa e Silva. Enquanto falava, recebia o olhar vigilante do Governador "biônico" Nilo Coelho, afinal, ali discursava um jovem e combativo discípulo de Dom Helder, certamente apresentando os problemas de Palmares e da região canavieira de Pernambuco. Problemas que passavam pelo direito à vida, ao trabalho e à liberdade. Abaixo, a nota de pesar da CNBB, registrando breve biográfia de Dom Acácio: " Causou-nos profunda dor e tristeza a morte de Dom Acácio Rodrigues Alves, bispo emérito de Palmares, no Estado de Pernambuco, ocorrida nesta terça-feira, 24 de agosto. A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil-CNBB vem, pois, manifestar sua solidariedade aos diocesanos de Palmares que, por 38 anos, tiveram Dom Acácio como seu pastor. Nascido em Garanhuns, no Pernambuco, Dom Acácio tinha 85 anos. Com apenas 13 anos de padre e 37 de idade foi nomeado bispo de Palmares, prova dos extraordinários d...
Imaginem uma cidade inteiramente ilhada pelas revoltas águas de um rio enorme, que tem a força de demolir edifícios e derrubar árvores. Assim estava Palmares. Nos altos, uma multidão de homens e mulheres que se agasalham nos matagais molhados, nos campos frígidos; trapos por toda a parte, a esmo; três a quatro jangadas que promovem a salvação do povo. E as águas com força, fortemente a subir. Pela tarde, quando o sol ia se afastando dos montes, bem poderia um freugmático dizer: é uma cidade que se afoga. Baixaram as águas morosamente. Depois de alguns dias de espera lembrei-me do expediente de Noé quando soltou a pombinha querendo certificar-se se havia terminado o cataclismo das águas. Mas faltava-me tudo. Eu não estava numa arca, não havia engaiolado um casal de todos os animais que povoam a terra. Ainda mais, eu não era Noé, eu não era o meu avô. Fui, pois, eu mesmo, buscar o ramo de oliveira. Andei por toda a cidade, percorrendo todas as ruas, ainda enlameada, admirei-me da ruína e...
A Notícia marcou decisivamente a história de Palmares e da imprensa pediódica de Pernambuco. Ele surgiu no ano de 1912, depois do fechamento da Gazeta de Palmares, jornal que havia circulado nos tumultuados anos de 1907 a 1911, período de acirradas disputas entre os representantes locais do Partido Repúblicano Conservador (PRC) e do Partido Republicano Progressista (PRP): seus correligionários, em Palmares, partidários de Rosa e Silva - que recebia apoio dos redatores da Gazeta - ou do General Dantas Barreto, o vencedor das eleições para Governador de Pernambuco, em 1911. Os partidários locais de Dantas Barreto perseguiram e fecharam a iniciativa do antigo jornal de propriedade do Vigário Sebastião Bastos, que contava com a participação dos jovens "marretas" (assim chamavam os que apoiavam Rosa e Silva), Gerôncio Borba de Carvalho, João Lagreca, Demócrito de Almeida, Fenelon Ferreira e Miguel Griz Filho. Sem condição de levar adiante o empreeendimento jornalístico, o Vigário...
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