Postagens

HISTÓRIA, MEMÓRIA E REPRESENTAÇÃO DE ENCHENTES EM PALMARES: UM ESTUDO DE HISTÓRIA AMBIETAL

Resumo: O presente artigo versa sobre história, memória e representação do fenômeno das enchentes do Rio Una, bacia hidrográfica do sul de Pernambuco, destacando como a população de Palmares, uma das cidades periodicamente atingidas, lidou com o espaço socioambiental das enchentes, incluindo a ocupação das margens do rio, a destruição da Mata Atlântica, o cultivo extensivo da cana-de-açúcar, processo iniciado com as instituições do latifúndio, monocultura e escravidão e redimensionado, durante o século passado, pelas atividades agroindustriais capitalistas, tratando-se de estudo no campo da História Ambiental. Palavras-chave: História Ambiental, Memória e Representação de enchentes em Palmares-PE, Desenvolvimento socioambiental. INTRODUÇÃO : O que a memória alcança e verbaliza sobre grandes enchentes do Rio Una, em Palmares - região canavieira de Pernambuco - neste artigo que se pretende filiado à História Ambiental? A memória aguçada pelo último desastre, a gigantesca enchente de junh

Bandeira Municipal

Imagem
“A Bandeira do município dos Palmares, idealizada por Luiz Portela de Carvalho, foi hasteada pela primeira vez no dia 13 de outubro de 1963, na inauguração do Palácio do Bambu, atual sede do governo municipal, quando também pela primeira vez, foi cantado o Hino dos Palmares”. “Conforme o Blog http://minhapalmares.blogspot.com/2009/06/nossa-bandeira.html , o autor da bandeira foi Baltazar da Câmara, pernambucano de Vitória de Santo Antão, que morreu no ano de 1983”. “No pavilhão municipal o azul representa nosso céu, o branco representa a paz, o sol simboliza a liberdade; a faixa azul na parte inferior representa o rio Una e a cana é a nossa principal cultura”.

Correspondência de Jayme Griz para Miguel Jassely

Imagem
A correspondência entre o poeta Jayme Griz e o teatrólogo e professor Miguel Jassely, em novembro de 1932, guarda duas informações preciosas: primeiro, a doação da biblioteca de Fernando Griz ao Club Literário de Palmares; segundo, a tentativa de rearticular o Club, que, naquele momento, completava cinquenta anos. O filho, Jayme Griz, enviou pelo malote ferroviário os livros que pertenciam ao pai, Fernando Griz, um dos antigos sócios do Club Literário. Os livros enviados ao cuidado de Miguel Jassely, principal responsável pela tentativa de retormar o Club em 1932, deveriam figurar no acervo da biblioteca do Club. Biblioteca fundada em 1882. O teor da carta foi publicado no jornal A Notícia e, até as enchentes de 2010, uma estante com o nome de Fernando Griz guardava os tais livros. Obras raras da Biblioteca Municipal Fenelon Barreto, destruídas pela grande inundação de junho último. O original dessa correspondência encontra-se na Fundação Joaquim Nabuco (Recife), fazendo parte do arqu

Dom Acácio Rodrigues Alves (1925 - 2010)

Imagem
O bispo Dom Acácio discursando, em 1967, durante visita do Presidente da República Costa e Silva. Enquanto falava, recebia o olhar vigilante do Governador "biônico" Nilo Coelho, afinal, ali discursava um jovem e combativo discípulo de Dom Helder, certamente apresentando os problemas de Palmares e da região canavieira de Pernambuco. Problemas que passavam pelo direito à vida, ao trabalho e à liberdade. Abaixo, a nota de pesar da CNBB, registrando breve biográfia de Dom Acácio: " Causou-nos profunda dor e tristeza a morte de Dom Acácio Rodrigues Alves, bispo emérito de Palmares, no Estado de Pernambuco, ocorrida nesta terça-feira, 24 de agosto. A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil-CNBB vem, pois, manifestar sua solidariedade aos diocesanos de Palmares que, por 38 anos, tiveram Dom Acácio como seu pastor. Nascido em Garanhuns, no Pernambuco, Dom Acácio tinha 85 anos. Com apenas 13 anos de padre e 37 de idade foi nomeado bispo de Palmares, prova dos extraordinários d

As duas primeiras fases d' A Notícia (1912 e 1915)

Imagem
A Notícia marcou decisivamente a história de Palmares e da imprensa pediódica de Pernambuco. Ele surgiu no ano de 1912, depois do fechamento da Gazeta de Palmares, jornal que havia circulado nos tumultuados anos de 1907 a 1911, período de acirradas disputas entre os representantes locais do Partido Repúblicano Conservador (PRC) e do Partido Republicano Progressista (PRP): seus correligionários, em Palmares, partidários de Rosa e Silva - que recebia apoio dos redatores da Gazeta - ou do General Dantas Barreto, o vencedor das eleições para Governador de Pernambuco, em 1911. Os partidários locais de Dantas Barreto perseguiram e fecharam a iniciativa do antigo jornal de propriedade do Vigário Sebastião Bastos, que contava com a participação dos jovens "marretas" (assim chamavam os que apoiavam Rosa e Silva), Gerôncio Borba de Carvalho, João Lagreca, Demócrito de Almeida, Fenelon Ferreira e Miguel Griz Filho. Sem condição de levar adiante o empreeendimento jornalístico, o Vigário

Poetas Abolicionistas em Palmares

Imagem
O poeta Caphedório de Carvalho utiliza o repertório de eufemismos e hipérboles comuns à poesia sobre o tema escravidão. No poema acima, exalta o povo do Ceará pelo feito da Abolição. A província do Ceará foi a primeira a libertar os escravos O poeta Joaquim Augusto de Almeida, conforme costume da época, optava por assinar seus poemas com pseudônimo. Meladie (invertido fica almeida) ironiza a mentalidade dos "crânios" de conservadores e escravocratas, na Palmares de 1884. Os jornais Echo de Palmares (1883/1884) e Gazeta de Palmares (1884) revelam a presença de poetas abolicionistas em Palmares. Presença comum em muitos lugares do Brasil, os poetas do movimento condoreiro eram influenciados por Castro Alves, Tobias Barreto, Pedro Calazans e José Bonifácio, o Moço. Poetas de renome, inspirados pela poesia social do francês Vitor Hugo. O movimento condoreiro teve seus representantes locais, em torno do Club Literário de Palmares, do Club Emancipador 28 de Setembro e de um Cl